Alterações da córnea- Queratocone
Dra. Rafaela Direito | Optometrista
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Alterações da córnea- Queratocone |
Dra. Rafaela Direito | Optometrista
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Localizada na parte anterior do olho, sobre a íris, a córnea é um tecido transparente, avascular e elástico. É nutrida pelo humor aquoso e pela lágrima e, juntamente com a esclera, é responsável por manter constante a pressão intra-ocular (PIO), suportar as estruturas internas do olho e resistir a traumas. Desempenha também dois papéis importantes na visão: é o elemento refractivo de maior potência do sistema óptico e a sua transparência permite a passagem da luz para a retina.
É considerada saudável quando não apresenta opacidades e quando possui uma curvatura que permite que as imagens sejam formadas na retina de forma nítida. Anatomicamente, a córnea é composta por cinco camadas: Epitélio, Membrana de Bowman, Estroma, Membrana de Descemet e Endotélio.
Existem alterações corneias que alteram a morfologia e fisiologia da córnea que classificamos como degenerescências e distrofias.
O queratocone é a distrofia ectásica mais comum. É uma patologia caracterizada por um aumento significativo da curvatura corneal central, em que a córnea fica saliente para fora, semelhante a um cone. Normalmente é bilateral, aparece na puberdade e tende a estabilizar na terceira/quarta década de vida. A sua incidência é de um caso em cada duas mil pessoas.
Esta doença tem uma etiologia multifactorial e está associada a uma predisposição genética. A Síndrome de Down, a alergia ocular e doenças do tecido conjuntivo podem predispor ao desenvolvimento do queratocone.
O diagnóstico clínico do queratocone não é difícil. Contudo, o grande desafio é o diagnóstico precoce desta condição em pacientes que apresentam uma progressão quer da miopia quer do astigmatismo, com acuidade visual normal e sem apresentarem ainda sinais clínicos. Têm sido desenvolvidos métodos e tecnologia para diagnosticar precocemente esta condição, sendo a sua maioria baseada na topografia (fotografia que avalia e forma e espessura da córnea) da superfície corneal anterior.
Os sintomas mais frequentes de queratocone são visão desfocada, distorção de objetos próximos ou distantes, visão monocular dupla, má visão nocturna, maior sensibilidade à luz, imagens fantasma e irritação ocular. No caso de crianças e adolescentes que já usam óculos, o desenvolvimento do queratocone pode manifestar-se através do aumento repentino da miopia e/ou do astigmatismo.
O tratamento do queratocone tem dois objetivos: estabilizar a progressão da doença e melhorar a visão. Os óculos e as lentes de contacto moles podem ajudar nos casos mais ligeiros e numa primeira fase compensar com sucesso problemas de acuidade visual. À medida que a doença avança, são geralmente adaptadas lentes de contacto com geometria própria para o queratocone, como por exemplo lentes semi-rígidas, esclerais ou semi-esclerais. Estas lentes corrigem os problemas de visão mas não atrasam o avanço da doença.
No caso em que a adaptação às lentes de contacto não é conseguida ou a visão não é satisfatória, podem ser ponderadas opções cirúrgicas.
Com o objetivo de controlar a evolução do queratocone pode recorrer-se ao Crosslinking, um procedimento cirúrgico que consiste na aplicação de riboflavina seguida da exposição a luz ultravioleta A (UVA), ou ao implante de anéis corneais com o objetivo de regularizar a superfície da córnea. Estas técnicas podem melhorar a visão nos casos moderados de queratocone e facilitar uma posterior adaptação de lentes de contacto.
O transplante de córnea, ou queratoplastia, é o tratamento de última linha para os casos em que as outras opções não permitem que o doente tenha uma visão satisfatória. Consiste na substituição da porção central da córnea, podendo ser de todas as camadas ou apenas das camadas anteriores.
Com o aparecimento de novas terapêuticas que podem estabilizar a doença, torna-se muito importante o diagnóstico precoce para evitar intervenções mais invasivas.
Se está preocupado com a possibilidade de ter ou agravar o seu queratocone, consulte o seu especialista da visão.
Localizada na parte anterior do olho, sobre a íris, a córnea é um tecido transparente, avascular e elástico. É nutrida pelo humor aquoso e pela lágrima e, juntamente com a esclera, é responsável por manter constante a pressão intra-ocular (PIO), suportar as estruturas internas do olho e resistir a traumas. Desempenha também dois papéis importantes na visão: é o elemento refractivo de maior potência do sistema óptico e a sua transparência permite a passagem da luz para a retina.
É considerada saudável quando não apresenta opacidades e quando possui uma curvatura que permite que as imagens sejam formadas na retina de forma nítida. Anatomicamente, a córnea é composta por cinco camadas: Epitélio, Membrana de Bowman, Estroma, Membrana de Descemet e Endotélio.
Existem alterações corneias que alteram a morfologia e fisiologia da córnea que classificamos como degenerescências e distrofias.
O queratocone é a distrofia ectásica mais comum. É uma patologia caracterizada por um aumento significativo da curvatura corneal central, em que a córnea fica saliente para fora, semelhante a um cone. Normalmente é bilateral, aparece na puberdade e tende a estabilizar na terceira/quarta década de vida. A sua incidência é de um caso em cada duas mil pessoas.
Esta doença tem uma etiologia multifactorial e está associada a uma predisposição genética. A Síndrome de Down, a alergia ocular e doenças do tecido conjuntivo podem predispor ao desenvolvimento do queratocone.
O diagnóstico clínico do queratocone não é difícil. Contudo, o grande desafio é o diagnóstico precoce desta condição em pacientes que apresentam uma progressão quer da miopia quer do astigmatismo, com acuidade visual normal e sem apresentarem ainda sinais clínicos. Têm sido desenvolvidos métodos e tecnologia para diagnosticar precocemente esta condição, sendo a sua maioria baseada na topografia (fotografia que avalia e forma e espessura da córnea) da superfície corneal anterior.
Os sintomas mais frequentes de queratocone são visão desfocada, distorção de objetos próximos ou distantes, visão monocular dupla, má visão nocturna, maior sensibilidade à luz, imagens fantasma e irritação ocular. No caso de crianças e adolescentes que já usam óculos, o desenvolvimento do queratocone pode manifestar-se através do aumento repentino da miopia e/ou do astigmatismo.
O tratamento do queratocone tem dois objetivos: estabilizar a progressão da doença e melhorar a visão. Os óculos e as lentes de contacto moles podem ajudar nos casos mais ligeiros e numa primeira fase compensar com sucesso problemas de acuidade visual. À medida que a doença avança, são geralmente adaptadas lentes de contacto com geometria própria para o queratocone, como por exemplo lentes semi-rígidas, esclerais ou semi-esclerais. Estas lentes corrigem os problemas de visão mas não atrasam o avanço da doença.
No caso em que a adaptação às lentes de contacto não é conseguida ou a visão não é satisfatória, podem ser ponderadas opções cirúrgicas.
Com o objetivo de controlar a evolução do queratocone pode recorrer-se ao Crosslinking, um procedimento cirúrgico que consiste na aplicação de riboflavina seguida da exposição a luz ultravioleta A (UVA), ou ao implante de anéis corneais com o objetivo de regularizar a superfície da córnea. Estas técnicas podem melhorar a visão nos casos moderados de queratocone e facilitar uma posterior adaptação de lentes de contacto.
O transplante de córnea, ou queratoplastia, é o tratamento de última linha para os casos em que as outras opções não permitem que o doente tenha uma visão satisfatória. Consiste na substituição da porção central da córnea, podendo ser de todas as camadas ou apenas das camadas anteriores.
Com o aparecimento de novas terapêuticas que podem estabilizar a doença, torna-se muito importante o diagnóstico precoce para evitar intervenções mais invasivas.
Se está preocupado com a possibilidade de ter ou agravar o seu queratocone, consulte o seu especialista da visão.
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