Alterações da superfície ocular derivado ao uso de dispositivos digitais
Dr. Carlos Monteiro | Optometrista
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Alterações da superfície ocular derivado ao uso de dispositivos digitais |
Dr. Carlos Monteiro | Optometrista
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A nossa vida cada vez é mais digital. É difícil imaginar a ausência absoluta de computadores, tablets, smartphones, smartwatches, etc. Estes aparelhos eletrónicos são úteis para o nosso trabalho, facilitam a nossa comunicação e oferecem infinitas opções de lazer.
De um modo geral, temos a noção que por vezes exageramos e passamos demasiado tempo nestes equipamentos. No entanto, não sabemos as consequências desse abuso da tecnologia ao nosso dispor, de que modo interfere no nosso sistema visual.
Quando estamos perante estes aparelhos digitais durante muito tempo, alteramos comportamentos de forma inconsciente.
Uma das alterações é a frequência e amplitude do pestanejo. O pestanejo é um ato mecânico de soberba importância pois introduz renovação da lágrima através das glândulas e distribui o filme lacrimal de forma uniforme pela superfície, permitindo termos uma boa visão. Vários estudos indicam que existe uma diminuição significativa nos ciclos de pestanejos quando usamos equipamentos digitais. A falta de contraste, tamanho da fonte diminuído e por vezes reflexos nesses écrans vai implicar uma maior fixação, aumentando a necessidade de um maior tempo de aquisição da imagem por parte do indivíduo. Outra alteração relatada em estudos é uma maior proporção de pestanejos incompletos ao ler num aparelho eletrónico do que ao ler em texto impresso. Ou seja, olhar para écrans exige uma maior concentração, alterando o comportamento da amplitude do pestanejo.
O ângulo de observação para o dispositivo digital interfere no conforto visual. Estudos revelam que se o dispositivo eletrónico estiver numa posição mais baixa (menos de 25 graus), a fenda palpebral é mais pequena, resultando menos superfície ocular exposta. Isto vai criar uma sensação de secura ocular menor e a consequência direta é a diminuição do pestanejo.
A falta de pestanejo influencia na manutenção da camada lipídica. Esta alteração mecânica cria uma disfunção nas glândulas de meibômio por falta de estímulo. A consequência desta disfunção é menos quantidade de mucina na lágrima, aumentando evaporação lacrimal, aumentando a instabilidade do filme lacrimal, bem como a osmolaridade da lágrima.
As manifestações oculares são diversas com o uso exagerado de aparelhos digitais, desde hiperemia conjuntival, transparência do epitélio da córnea, alterações do volume, estabilidade e composição do filme lacrimal. O filme lacrimal é a primeira superfície que a luz encontra antes de se transmitir para dentro do globo ocular pelo que, caso este seja instável, cria um distúrbio visual. Pode manifestar-se por uma perda de sensibilidade ao contraste, redução da acuidade visual e aberrações óticas.
Deixamos aqui algumas dicas e estratégias a adotar como forma de minimizar o impacto:
A nossa vida cada vez é mais digital. É difícil imaginar a ausência absoluta de computadores, tablets, smartphones, smartwatches, etc. Estes aparelhos eletrónicos são úteis para o nosso trabalho, facilitam a nossa comunicação e oferecem infinitas opções de lazer.
De um modo geral, temos a noção que por vezes exageramos e passamos demasiado tempo nestes equipamentos. No entanto, não sabemos as consequências desse abuso da tecnologia ao nosso dispor, de que modo interfere no nosso sistema visual.
Quando estamos perante estes aparelhos digitais durante muito tempo, alteramos comportamentos de forma inconsciente.
Uma das alterações é a frequência e amplitude do pestanejo. O pestanejo é um ato mecânico de soberba importância pois introduz renovação da lágrima através das glândulas e distribui o filme lacrimal de forma uniforme pela superfície, permitindo termos uma boa visão. Vários estudos indicam que existe uma diminuição significativa nos ciclos de pestanejos quando usamos equipamentos digitais. A falta de contraste, tamanho da fonte diminuído e por vezes reflexos nesses écrans vai implicar uma maior fixação, aumentando a necessidade de um maior tempo de aquisição da imagem por parte do indivíduo. Outra alteração relatada em estudos é uma maior proporção de pestanejos incompletos ao ler num aparelho eletrónico do que ao ler em texto impresso. Ou seja, olhar para écrans exige uma maior concentração, alterando o comportamento da amplitude do pestanejo.
O ângulo de observação para o dispositivo digital interfere no conforto visual. Estudos revelam que se o dispositivo eletrónico estiver numa posição mais baixa (menos de 25 graus), a fenda palpebral é mais pequena, resultando menos superfície ocular exposta. Isto vai criar uma sensação de secura ocular menor e a consequência direta é a diminuição do pestanejo.
A falta de pestanejo influencia na manutenção da camada lipídica. Esta alteração mecânica cria uma disfunção nas glândulas de meibômio por falta de estímulo. A consequência desta disfunção é menos quantidade de mucina na lágrima, aumentando evaporação lacrimal, aumentando a instabilidade do filme lacrimal, bem como a osmolaridade da lágrima.
As manifestações oculares são diversas com o uso exagerado de aparelhos digitais, desde hiperemia conjuntival, transparência do epitélio da córnea, alterações do volume, estabilidade e composição do filme lacrimal. O filme lacrimal é a primeira superfície que a luz encontra antes de se transmitir para dentro do globo ocular pelo que, caso este seja instável, cria um distúrbio visual. Pode manifestar-se por uma perda de sensibilidade ao contraste, redução da acuidade visual e aberrações óticas.
Deixamos aqui algumas dicas e estratégias a adotar como forma de minimizar o impacto:
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